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domingo, 20 de março de 2011

Fernando de Noronha * (05/01/2010)

Coloquei o despertador pras 06:30h, mas o sono era tanto que só levantei mesmo às 07:00h, me arrumei correndo e fui tomar o café. Sem comentários pro café da manhã daqui, recomendadíssimo, vários tipos de pães, franceses, de milho, com toque de azeitona, manteiga, pão doce, torrada, pão de forma... pro acompanhamento ainda tinha salaminho, peito de peru e queijo, polenguinho, geléia de morango, as bebidas iam desde o leite e o café, até Nescau de caixinha, suco de laranja com gominhos, suco natural de graviola, cajá... nossa, muita coisa, fora o resto que eu não prestei atenção direito. Quando eu estava no meio do meu café da manhã, o seu Gilberto chegou pra buscar a gente pro Ilha Tour, 20 minutos antes do combinado, na porta da pousada (o café da manhã aqui é em uma varandinha, de frente e aberto pra rua, muito gostoso). Ele com toda calma do mundo, mandou que ficássemos a vontade, que ele estaria esperando com toda a paciência, super simpático. Terminei rapidinho, entrei no quarto pra pegar minhas coisas e fomos. O veículo era uma caminhonete com cabine dupla e toldo na parte de trás com dois banquinhos, um de cada lado, nós quatro preferimos ir atrás mesmo. A caminhonete ainda passou em mais uma pousada pra pegar o resto do pessoal, depois parou em uma lojinha para que a gente pudesse alugar colete salva vidas, snorkel e nadadeiras, como eu havia comprado tudo antes, já tinha os meus, mas Thiago alugou um snorkel, pois o óculos dele nós perdemos em Porto de Galinhas, e também um colete, já que na Praia do Sueste só é permitido a entrada no mar com uso dele. Começamos então o Ilha Tour de fato, e a primeira parada foi a Ponta do Air France, um local onde ocorre o encontro das águas do Mar de Dentro (virado para o Brasil) com o Mar de Fora (voltado pra África), muito bonito de se ver.
A nossa vista da caminhonete, a menor BR do Brasil.

Ponta do Air France, encontro dos mares.
De lá fomos para o Alagado dos Tubarões, que é o local onde esses animais se concentram para descanso, ambos são mirantes, portanto só vemos de cima, sendo proibida a descida até a praia. Também muito lindo, água cristalina, mas tubarão mesmo que é bom, não vimos nenhum, rs. Talvez por ter sido muito cedo, o horário em que eles ficam concentrados lá mesmo é mais para a tarde. Próximo ao mirante do Alagado dos Tubarões, fica a Capela de São Pedro, nela não há celebrações, é aberta apenas para casamentos e no dia da festa do padroeiro dos pescadores, onde é realizada uma procissão. 
Alagado dos Tubarões

Capela de São Pedro
Fomos então para o Buraco da Raquel, que é na verdade um buraco no meio das pedras, próximo ao mar. Também é um mirante, e seu acesso é proibido devido ser área de desova de tartarugas.
Diz na placa que o lugar recebeu esse nome por ser o local onde a filha de um comandante, que era excepcional, costumava se esconder. Já a lenda, ou vulgo “boca do povo”, garante que na verdade a Raquel era uma mulher um tanto quanto promíscua, que costumava ir lá para se encontrar com os soldados. Sendo uma coisa ou outra, o local é lindo de se ver do mesmo jeito. Logo atrás do Buraco da Raquel fica o Museu do Tubarão, que possui várias esculturas em seu pátio, utilizadas sempre pelos turistas para fotos como a sereia e o tritão. 
Buraco da Raquel

Pátio do Museu dos Tubarões
Dentro do museu encontramos um mapa bem grande da ilha, e várias arcadas de tubarões, de vários tipos, além de uma lojinha com coisas lindas. Não resistimos e já deixamos o nosso dinheirinho em Noronha, eu comprei um golfinho de pedra branca, de presente para mim mesma (R$15,00) e Thiago uma caneca com um desenho de Noronha (R$23,00), para a avó dele. Ali perto também ficava a Praia da Caieira, com uma das cores mais bonitas da Ilha.
Museu dos Tubarões
Caieira, atenção para a cara de boba, rs.
De lá continuamos o passeio, mas demos uma parada pra abastecer no que eu acho que deva ser o menor posto do Brasil, rs. São apenas duas fontes de combustível, apenas uma em uso, a céu aberto, na beira da BR (a menor do Brasil, com 6 km). A gasolina aqui custa R$3,98 (informação útil se quiser alugar um buggy).

Na fila avistamos uma outra caminhonete, lotada, ficamos até rindo devido a nossa folga. A parte de trás dessas caminhonetes tem capacidade para 6 pessoas, 3 de cada lado, e enquanto na nossa só havíamos nós 4, na deles haviam 8 pessoas. Abastecemos e antes de sairmos o que acontece? Um casal vindo da outra caminhonete passou para a nossa, acabando com a nossa folga, como eles mesmo disseram. A princípio pensei, “poxa, sacanagem”, mas com o passar do tempo fomos pegando amizade com eles e adoramos, são pessoas super gente boas e engraçadas. A menina (Aline) é cearense, mas morou toda a vida em Belém, e agora estava morando em São Paulo, já o Hudson é paulista mesmo. Além de tudo descobri outra pessoa além de mim que também dorme no formol, rs. Eles são casados, e inacreditavelmente, a “menina” possuía 31 anos, com carinha (e corpinho) de 25!
Alguém conhece "posto" menor? rs
A próxima parada era a Praia do Sueste, para um tempo de banho e snorkel, e como havia descoberto no caminho que o colete que eu havia trago estava furado, tive que alugar um lá mesmo (R$5,00). Quando chegamos o pessoal do Tamar ainda estava fazendo o reconhecimento das tartarugas, a menina da palestra de ontem estava na areia com uma delas, coisa linda demais! Tiramos algumas fotos e filmamos a tartaruga sendo recolocada no mar, e então fomos mergulhar. A maré não estava muito boa para snorkel (pros padrões de Noronha, que em alguns lugares chega até a 50 metros de visibilidade), mas mesmo assim consegui ver bastante coisa. Ela é cheia de pedras, mas logo assim que você entra no mar e baixa a cabeça para ver, já tem vários tipos peixes. Vi a mesma espécie que vimos em Porto de Galinhas, os sargentinhos, um outro listrado maior, uns da espécie da Dory de “Procurando Nemo” (peixes cirurgiões), outro grande bicudo, pequenininhos roxos e amarelos (donzelinhas das rocas)... nossa, vários, e a maioria em cardumes. Ficamos um bom tempo nadando, acredito que mais de 1 hora, consegui usar razoavelmente bem o pé de pato (rs) e consegui ir bem longe. Thiago estava frenético tirando fotos com o saco estanque, e eu fiquei um tempo com a Máh e o Rodrigo.
Tamar fazendo registro das tartarugas.

Baía do Sueste
Resolvemos voltar um pouco pra areia, e foi então que, já quase no raso, sem nem estar mais esperando ver muitos peixes, passou um filhote de tubarão lixa bem embaixo de mim. Foi bem rapidinho, o tubarão era pequeno também, mas foi a sensação mais excitante até agora. Fiquei um tempo muito curto na areia e logo entrei no mar de novo pra nadar com o Gatão, pois o nosso guia disse que o pessoal estava vendo bastante coisas em uma área que não havíamos ido ainda. Rodamos um tempo sem ver nada muito diferente do que já havíamos visto, e então de novo, mais uma sensação maravilhosa, uma tartaruga marinha bem na minha frente. Levantei a cabeça correndo pra avisar Thiago e ela levantou junto, colocando a cabecinha pra fora também, dei um berro pra ele e quando voltei pra baixo ela já estava indo embora. No final das contas, ele acabou nem vendo a tartaruga, disse que achou que eu estivesse gritando porque estava me afogando, pode? Ficamos ainda mais um tempo e voltamos pro passeio, todo o pessoal já estava esperando na praia. Partimos então para a Praia do Leão, é a coisa mais linda que eu já vi no mundo, eleita a minha praia mais bonita até agora. Impressionante como o azul é cristalino, bem escuro as vezes, meio verde em outros, com uma piscinha natural transparente rente a areia na parte esquerda da praia... lindo, lindo, lindo! 
Snorkel no Sueste

Praia do Leão, digam "ooohhhh", hahaha, LINDA!
Nessa praia também pudemos descer, 5 minutinhos de trilha e chegamos, mas como a maré de Fernando de Noronha está muito agitada por esses dias, os guias aconselharam não entrar muito na água, ficamos bem próximos a margem mesmo. De lá fomos almoçar, a princípio seria no Tartarugão, mas o pessoal que estava com a gente, na parte da frente da caminhonete, estava já revoltado com o nosso guia (que era principiante e não conhecia a ilha direito) e sugeriu que comêssemos em um restaurante self service para que não perdêssemos mais muito tempo. Fomos então ao Flamboyant, comida muito boa e nem tão cara para os padrões daqui (R$30,00 o kg), peguei uma torta de queijo e presunto, macarrão ao alho e óleo, camarão frito e frango ao molho mostarda, deu no total R$13,95. Após a refeição o nosso guia pegou o roteiro com um amigo e então partimos rumo a Praia do Sancho, considerada a praia mais bonita do Brasil. Chegando lá o mar também estava muito agitado, o que prejudicou bastante o visual, e pra mim, a Praia do Leão continua sendo a mais bonita. 
Restaurante Flamboyant

Praia do Sancho
Pra descer até a Praia do Sancho precisamos usar uma escada de ferro que foi colocada dentro de uma falésia natural, são 30 degraus, mas é bem tranqüilo. A segunda parte da descida que é mais chata, uma outra escada do mesmo tipo, porém com um espaço muito mais apertado, e assim que saímos dela, mais umas escadas no próprio terreno até a areia. Lá embaixo a vista é linda, falésias naturais na parte de trás, e aquele mar azulzinho na frente, fora umas piscinas naturais que se formam nas pedras, no lado direito da praia. O Gil nos deu mais um tempo pra mergulho e então voltamos. Lá de cima, após subir as escadas, paramos pra avistar os golfinho, bem ao longe, mas dava pra ver o grupo. Alguns até faziam umas piruetas de vez em quando.
A escada para descer.
E olha de onde viemos.
De volta ao lugar onde a caminhonete estava estacionada tinha um quiosque, onde paramos para comprar alguma coisa pra beber, e foi lá que eu encontrei a única pessoa antipática da ilha até agora. Acabei nem comprando nada, mas o pessoal bebeu água (quente) e refrigerante. De volta para a estrada, o caminho agora era a praia da Cacimba do Padre, local onde ocorre uma etapa do campeonato de surf, essa praia já é bem mais “civilizada” ao contrário das outras. Do lado direito da praia a gente tem o Morro do Pico e do lado esquerdo o Morro Dois Irmãos, além de muitos atobás (ave comum aqui). Pelo canto esquerdo da praia pegamos uma trilha que leva a um mirante, onde podemos ver tanto o Morro Dois Irmãos, quanto a Baía dos Porcos, que seria pra mim a praia mais bonita do mundo pelo que eu já vi em fotos, mas como a maré está realmente muito agitada, foi frustrante vê-la.
Praia da Cacimba do Padre, com o Morro Dois Irmãos.

Praia da Cacimba do Padre, com o Morro do Pico.

Morro Dois Irmãos

Baía dos Porcos
Na volta da trilha sentamos um pouco na areia pra passar o tempo e então o Gil veio nos avisar que o ator Bruno Gagliasso estava na mesma praia, um pouco atrás de nós. Não resisti e dei uma de paparazzo, até que ele percebeu, e eu parei... huahuahuhua. Saindo da Cacimba do Padre o destino era o Mirante do Boldró, pra ver o pôr do sol. Chegando lá tinha um cantor tocando música ao vivo, só música linda, arranjamos um lugarzinho pra ficar e os meninos foram comprar um aperitivo. Voltaram com bolinho de tubalhau (imitação de bolinho de bacalhau, mas com carne de tubarão), e não é que o negócio é gostoso?! Comemos e ficamos ali só esperando o espetáculo, que nossa, é uma cena maravilhosa! O sol se pondo no mar, sem interferência de nada, a não ser de algumas nuvens, lindo. 
Bruno Gagliasso e Giovanna Ewbank

Pôr do sol no Boldró
Assim que o sol se pôs fomos embora, seu Gil nos deixou em frente a pousada de novo e de lá fomos para a agência Blue Marlin ver mais passeios. Fechamos o passeio de barco (R$75,00 por pessoa) para o dia seguinte e a trilha longa da Praia da Atalaia (R$50,00 por pessoa) na quinta, choramos um pouquinho e ganhamos R$10,00 de desconto cada.
Voltamos para a pousada pra tomar banho e combinamos de nos encontrarmos dali 1 hora para irmos ao forró do Cachorro. Acabou que ambos os lados atrasaram, e depois de quase 2 horas saímos de novo rumo ao Bar do Cachorro. Passamos ainda na Noronha Divers pra marcar o mergulho de batismo (R$230,00) e o Gatão resolveu comprar um snorkel pra ele. Na hora de pagar o snorkel o cartão não estava passando, e como iríamos fazer um passeio logo na manhã do dia seguinte e precisávamos dele pedimos se poderíamos pagar depois (assim como quem não quer nada... rs), e a atendente concordou de primeira, sem pedir documento, nada, isso com certeza é a tradução do que é Noronha. Chegando ao Bar do Cachorro descobrimos que o forró não seria hoje, e sim amanhã, e que também não tinham mais o peixe na folha de bananeira, que Thiago e Marcela tanto queriam comer. Resolvemos voltar e comer no Restaurante da Edilma, a princípio seria o mesmo prato, mas quando a gente se deparou com o preço (R$70,00) desistimos e optamos então por tubarão a milanesa, e tubarão a parmegiana. 
Restaurante da Edilma, Vila dos Remédios.
Comida deliciosa e muito bem servida, o prato pra duas pessoas serve três perfeitamente. Foi então que a Máh resolveu perguntar que tipo de tubarão era e ficou decepcionada ao saber que era cação. Afinal de contas, cação ela já cansou de comer em SP, como se eles fossem mesmo servir um tubarão branco, ou um tigre pra ela... hahaha. De barriga cheia, corpo doendo e muito cansada, voltamos todos pras nossas respectivas pousadas pra dormir.

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